A Forma da Água | Resenha SEM SPOILER

em sexta-feira, outubro 19, 2018




Oi pessoal, agora eu engatei nas leituras e vou contar pra vocês sobre esse livro maravilhoso, mas calma que não vai ter spoilers, vou contar um pouco dos personagens, um geral da história e só!


NÃO TEM SPOILER NO POST E NO VÍDEO, pode ler e assistir sem medo!




Ah, não deixe de assistir, deixar o like e se inscrever no canal!


O livro foi escrito pelo Guillermo Del Toro e Daniel Kraus, ao mesmo tempo em que trabalhavam no roteiro do filme. São obras originais e distintas, cada um conta a história de uma forma e com um foco diferente.


A história se passa em 1962, durante o período da Guerra Fria, em Baltimore nos EUA.




A protagonista é a Elisa Sposito, uma mulher muda, órfã, que foi encontrada ás margens de um rio e criada/maltratada em um orfanato, tem várias cicatrizes e trabalha como faxineira na OCCAM. Ela ama sapatos, filme e música!





Sua amiga mais próxima (Elisa não tem muitos amigos), é a Zelda Dalila Fuller, que trabalha com ela no turno noturno nesse lugar, uma mulher negra e gorda. Ela sofre muito preconceito e racismo, é tagarela e ama muito a amiga! A relação das duas é muito bonita, existe muita fidelidade, e mesmo Elisa não conseguindo falar, Zelda se empenha em entender a amiga e ajudá-la. Zelda conta as dificuldades que passa por ser negra em uma época de segregação racial, como quando algo ruim acontece relacionado a uma pessoa negra logo já associam a ela, como se todos os negros fossem iguais.


A OCCAM é um centro de pesquisas aero-espaciais do governo, o objetivo é descobrir aplicações militares e aeroespaciais para que os EUA pudessem superar a URSS na corrida espacial. A história real é o cenário para a história do livro acontecer.


Nesse local tem outras pessoas que trabalham no mesmo turno que a Elisa e a Zelda: Yolanda uma mexicana simplória, Antonio um dominicano estrábico, Duane é mestiço e não tem dentes, Lucille é albina. Todos isolados da sociedade, pobres, sem estudo, sem opções, logo perfeitos para o trabalho, quem acreditaria neles se ele descobrissem o que acontecia lá?!





Outro personagem importante é o Giles Gunderson, amigo e vizinho da Elisa. Ele já é um senhor, careca (mas usa peruca), pintor e gay. Ele trabalha como freelancer para uma empresa de publicidade, mas o uso de pinturas já está caindo em desuso. É muito interessante a forma como ele se relaciona com as pessoas e com ele mesmo, por ser gay ele já foi preso por depravação, já que ele achou que um cara estava correspondendo a ele e não foi o caso...





Elaine "Laine" Strickland é a esposa do vilão Coronel Richard Strickland, criada para casar, ter filhos e cuidar da casa e família. A vida dela seguia para esse caminho até o marido sair em uma missão e ficar fora por mais de uma ano, então ela teve que aprender a se virar sem ele e começou a gostar dessa vida. Quando ele volta para casa ela não quer continuar a vida sem graça de ser apenas a mãe e esposa, ela mostra como é ser mulher nessa sociedade, o machismo como algo normal, inclusive para ela.


O Coronel Richard Strickland é um militar que após a Guerra da Coreia fica mais louco, algo acontece relacionado ao General Frank Royt e liga ele a esse homem. Tem uma relação muito estranha com a Elisa.


O coronel é um homem babaca, racista, machista, que lidera pelo medo e humilhação, agressivo, cruel. A missão que ele ficou fora por mais de uma ano foi em busca do Deus Brânquia pela Amazônia a mando do general.




Não podemos deixar de falar sobre a criatura, o Deus Brânquia, um anfíbio mágico, um deus realmente, conectado a Natureza, dotado de uma certa inteligência. Ele é tratado na OCCAM como recurso, apenas um cobaia, um material a ser pesquisado.


O responsável pelo estudo da criatura é o Bob Hoffstetler, um biólogo, chama a criatura de Devoniano, e entra em um dilema moral: mesmo querendo saber mais sobre a criatura será que ela merece ser estudada dessa forma, será que é certo tratar ele como cobaia?





O livro fala muito sobre empatia, amizade, como um mundo pode ser cruel com cada um, como cada pessoa tem uma vivência diferente, explora as minorias, o racismo, machismo, preconceito, crueldade, falta de acessibilidade.

Não é apenas uma história de amor, mesmo porque não acho que essa é a relação que a Elisa tem com a criatura, a conexão deles vai além de uma paixão, são dois seres que ignorados e veem uma forma de se comunicar que não necessita de palavras.


Existe um tom erótico em algumas cenas, mas não é algo gratuito, a relação da sexualidade dos personagens é algo importante, que acrescenta na sua caracterização e história.





Todos os personagens acabam se encontrando em algum momento e mudam a vida um dos outros, o final é muito esperançoso, os personagens encontram uma redenção e tem algo meio fantasioso.





Eu amei o livro e a reflexão que ele traz, as discussões, os personagens não são rasos, tem várias camadas e é possível entender suas motivações, a importância dos amigos na vida da protagonista.


Destaque para uma frase do Giles que ficou na minha cabeça e me fez refletir muito!


Em que momento uma anomalia deixa de ser algo que foge à regra e começa a ser apenas a maneira como as coisas são?


Me contem quem já leu ou assistiu ao filme, o que achou?!


Beijos e até o próximo post!

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